MARINA MATHEY
Cinema | Música | Performance | Dança | Teatro
Currículo Resumido
Marina Mathey é atriz, cantora e diretora, tendo construído sua trajetória no teatro desde 2006 em Americana/SP e depois em São Paulo a partir de 2010. Formada pela Escola de Arte Dramática em 2015, iniciou sua pesquisa profissional interseccionando as linguagens da performance, música, audiovisual, dança e teatro. Em 2022 se tornou a primeira travesti a ganhar o Prêmio Bibi Ferreira como Melhor Atriz Coadjuvante em Musicais pelo seu trabalho no espetáculo "Brenda Lee e o Palácio das Princesas (Núcleo Experimental - Dir. Zé Henrique de Paula). Em outubro do mesmo ano lançou seu primeiro álbum musical autoral "Boneca Pau Brasil", acompanhado de um videoclipe da faixa homônima, este que foi também dirigido e roteirizado pela artista ao lado de Christian Pentagna. No cinema, como atriz, integra o elenco das séries "3%" (NETFLIX), "Pico da Neblina" (HBOmax), "Unidade Básica" (Universal Channel), "Todxs Nós" (HBO), "Feras" (MTV) e dos longa-metragens "Cordialmente Teus" (Dir. Aimar Labaki) e "Sequestro Relâmpago" (Dir. Tata Amaral). Em 2018 Marina estreou seu primeiro show, o “TRAVA” – de onde saíram seus dois primeiros singles e videoclipes de “XV” e "Monstro" - no RISCO Festival, e em 2019 circulou com o mesmo por espaços como o Teatro Oficina (Festival Chama), Teatro Sérgio Cardoso, Viga Espaço Cênico, Centro Cultural do Grajaú, entre outros - também por outras cidades do país, como Porto Seguro/BA e Boipeba/BA. Em 2016 fundou o Coletivo Transviadas Libertárias, dirigindo a pesquisa e realização de performances urbanas que discutiam a presença/ausência de corpas ditas dissidentes sexuais e de gênero em espaços públicos e suas implicações nos mesmos. O Coletivo atuou na capital paulista de 2016 a 2018, tendo dentre suas realizações as performances “Pós-AfetHIVo” e “Suportar” e o média-metragem “DEGENERADxS”. Marina, em 2016, dançou o espetáculo “GALA”, de Jeróme Bel, e de 2018 a 2020 integrou a iNSAiO Cia. De Arte, dirigida por Claudia Palma, onde dançou os espetáculos “Abissal” e “Ato Infinito”. Em 2020 colaborou com a Coletividade MARSHA!, trabalhando na produção do primeiro festival online LGBT "MARSHA! Entra na Sala". Desenvolveu também pelo coletivo, com parceria da Vitrine Filmes, o programa "CineMARSHA!", com curadoria de filmes e séries e promovendo bate-papos pautando contextos e corpas não-hegemônicas na área do audiovisual. Entre 2021 e 2022 a artista atuou como colunista em UOL Ecoa.
CINEMA
Atriz | Diretora
MÚSICA
Cantora | Compositora
TRAVA
SHOW | 2018-2021
TRAVA nasce como uma tentativa de direito de resposta. Um corpo travesti, uma mulher que após processos constantes de destruição, de opressão e mudez, assume o seu espaço de voz. No repertório, Chico Buarque, Rômulo Fróes, Batatinha, Consuelo Velázquez, Letícia Bassit, entre outros, em interpretações que redimensionam os discursos a partir de um corpo político, que diz, canta e grita suas mazelas e prazeres. Liberar a TRAVA, desfazer os nós e dançar com a morte para se reconhecer viva.
XV
Clipe | Single
Direção: Marina Mathey e Xisgenera
Composição e performance: Marina Mathey
Montagem: Rafael Tayslan
Produção: Xisgenera
Produção Executiva: Corpo Rastreado - Murilo Chevalier
Produção Musical: Malka
Colaboração: Nu Abe
Agradecimentos: Gilson Packer e Antônio de França
MONSTRO
Clipe | Single
Ficha Técnica Clipe
Direção, roteiro e interpretação: Marina Mathey
Direção de Fotografia e Montagem: Sladká Meduza
1º Assistente de fotografia: João GQ
Assistente de Direção: Be Zilberman
Produção: Corpo Rastreado - Murilo Chevalier
Beleza: Magô Tonhom e Rapha da Cruz
Designer gráfica: Fefa
Motorista: Gilson Packer
Agradecimentos: Gilson Packer, Marlene Dias, Léo Soares e Antônio de França.
Ficha Técnica Single
Música e Voz: Marina Mathey
Composição: Letícia Bassit
Produção musical: Amanda Magalhães e Ed Woiski
Masterização: Malka Julieta
Teclado e Arranjo: Rodrigo Zanettini
Saxofone Barítono e Soprano: Anderson Quevedo
Trompete: Reynaldo Izeppi
Trombone: Inaê
Baixo: Vico
Bateria: Alana Ananias Guitarra - Ed Woiski
PERFORMANCE
Performer | Diretora
SUPORTAR | Transviadas Libertárias | 2017"Suportar" é a alegorização do esteriótipo estético do feminino e seus padrões impostos e inalcançáveis. A performer, cheia de enchimentos no corpo, salto altíssimo, transita pelas ruas e se maquia com tinta, usando pincéis e um dildo para isso. O programa também conta com a figura do "encosto", o macho que se acopla ao corpo da performer e a usa como apoio, se escora e dificulta sua caminhada | Direção: Marina Mathey | Performers: Bea Zilberman e Léo Braz | Projeto "Transviadas Libertárias", contemplado pelo Programa VAI em 2017 | Foto: Yve Louise | OFICINA DE AFETOS #sequercombina | MITsp | 2020Encontros práticos com objetivo de desenvolver experimentos artísticos e corporais a partir da linguagem da performance. Partimos dos desafios sociais da vivência transgênera para buscarmos dialogicamente e cenicamente formas criativas de expansão e trocas subjetivas ligadas à afetividade. Sendo conduzida por duas travestis artistas, a oficina está desenhada em uma metodologia processual que contempla, também, o indicativo de realização de uma ação de conclusão no segundo dia, visando o diálogo com o espaço público | Oficina realizada na 7ª Mostra Internacional de Teatro de São Paulo dentro da "Encontra de Pedagogias da Teatra", com curadoria de Dodi Leal | Condutoras-propositoras: Ave Terrena Alves e Marina Mathey | BESAME MUCHO | SHOW TRAVAPerformance realizada durante o Show TRAVA. "Besame Mucho" parte da realidade dos ditos travequeiros, homens cisgêneros que se interessam pelas travestis afetivo-sexualmente, porém quase sempre escondem esse desejo da sociedade. Dado isso, Marina convida para o palco a cada show uma pessoa que nunca beijou uma travesti, mas que deseja fazê-lo pela primeira vez, expondo o desejo e a curiosidade, revelando a hipocrisia dos homens e alimentando a possibilidade de publicizar o afeto ao corpo trans. |
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Pós-AfetHIVo | Transviadas Libertárias | 2017"Pós-AfetHIVo" apresenta um corpo errante com seringas na genitália e nas mãos, que pouco a pouco vão estourando as muitas bexigas de camisinha com tinta rosa penduraras pelo corpo do performer, enquanto o mesmo busca se relacionar com as pessoas e a cidade. Uma experimentação a partir da vivência soropositiva de Leo Braz, problematizando e questionando a visão sobre o corpo positHIVo enquanto um corpo perigoso, repulsivo, ameaçador. | Direção: Marina Mathey | Performer: Leo Braz | Projeto "Transviadas Libertárias", contemplado pelo Programa VAI em 2017 | Foto: Yve Louise | TOMATES | Transviadas Libertárias | 2016"Tomates" foi uma performance interativa criada coletivamente pelas Transviadas Libertárias, feita em feiras livres na cidade de São Paulo. Quatro corpas dissidentes sexuais e/ou desobedientes de gênero auto-expostas no espaço e vulneráveis à ação do público, que assume a possibilidade de interagir com os/as performers utilizando tomates podres ou panos com água | Performers: Marina Mathey, Leo Braz, Bea Zilberman e Felipe Lemos | 2016 | Foto: Alice Vaz | INVASÃO? | Transviadas Libertárias | 2016"Invasão?" foi um ato performático realizado pelas Transviadas Libertárias em São Paulo dentro do Shopping Iguatemi. Em um espaço público-privado construído por e para pessoas brancas, cisgêneras, heterossexuais e de classe alta, cinco corpas desviantes, montadas e mascaradas caminham em câmera-lenta, caem, levantam e se beijam, contrapondo o ritmo capitalista do consumo desenfreado e dilatando a percepção para com essas que ali não são bem-vindas. Seria uma ocupação ou uma restituição de posse? Uma invasão ou a reivindicação de um direito de ir e vir por onde quiser? | Performers: Marina Mathey, Leo Braz, Fi Salvador, Carlos Jordão e Felipe Lemos | 2016 |
ManiFesta | Transviadas Libertárias | 2016"ManiFesta" foi a performance que deu início à coletiva Transviadas Libertárias. A partir da necessidade de Marina Mathey reivindicar sua transgeneridade e gritar pelos direitos das pessoas trans e não-heterossexuais ela e mais outras sete bixas realizam um can-can e um jogral junto ao público da Parada LGBT de São Paulo. | Performers: Marina Mathey, Leo Braz, Alvaro Costa, Clayton Nascimento, Gabriel Kaleo, Diogo Gomes, Vitor Fernando entre outres | e 2016 | TRANSVIADAS LIBERTÁRIAS | Coletiva de Performances UrbanasTransviadas Libertárias foi uma coletiva de performances urbanas dirigida por Marina Mathey que desenvolveu trabalhos de 2016 à 2018 na cidade de São Paulo/SP. Composta por corpas dissidentes sexuais e desobedientes de gênero, a coletiva problematizava e questionava em suas obras a presença/ausência dessas mesmas nos espaços públicos e a relação com a sociedade em geral. Em 2017 o grupo foi contemplado pelo Programa VAI e realizou a criação e circulação das performances "Suportar", "Pós-AfetHIVo" e do curta-metragem "DEGENERADxS" pelas cinco zonas da capital. |
DANÇA
Intérprete
TEATRO
Atriz | Diretora
A partir de memórias de mini-bixas, mini-travas, e n-beibes, assim como de vídeos transmitidos pela televisão brasileira (entre os anos 1990 e 2000), surgem situações que evocam cisProfessoras de primário, brigas domésticas uó de pai e mãe, e supostas Deisy’s de videoclipes, que são ressignificadas num jogo quase infantil, em que saltos, batons e lençóis se tornam pequenos bafos para celebrar momentos, e também para evidenciar e desacuendar violências da norma social.
O espetáculo integrou o "Cinema Falado", evento do Sesc Pompéia, em São Paulo/SP. Com um elenco composto por artistas trans e LGBTs em geral da cena contemporânea da capital o público assiste à reposição, à fricção da realidade atual com a exibição simultânea do longa-metragem, trazendo também performances e manifestos das artistas presentes | Direção: Leonardo Moreira | Elenco: Aretha Sadick, Danna Lisboa, Flavio Sales, Mackaylla Maria, Magô Tonhon, Marcio Telles, Marina Mathey, Renata Carvalho, Thiago Amaral e Zaila.
Com elementos teatrais e estrutura de show, o espetáculo conta a história de quatro amigos que veem suas relações de amor, amizade e afeto se dissiparem por questões relacionadas a aspectos conturbados da contemporaneidade. A trama discute preconceito, intolerância, fanatismo religioso e luta de classes | Direção: Rogério Tarifa | Texto e Músicas: Carlos Zimbher | Elenco: Karen Menatti, Flavio Barollo, Eduardo Mossri, Andre Cezar Mendes e Marina Mathey | Foto: Lenise Pinheiro
A história criada por Tennessee Williams narra a decadência de Blanche Dubois, que se abriga na casa da irmã, Stella, para fugir do passado e se depara com seu vulgar cunhado, Stanley Kowalski. Marlon Brando e Jessica Tandy interpretaram, em 1947, na Broadway, dirigidos por Elia Kazan, os protagonistas que aqui são representados por Maria Luisa Mendonça e Eduardo Moscovis | Direção: Rafael Gomes | Foto: João Caldas
A trama parte de uma inversão na história original: não é o Poeta que sai em busca de sua musa pelos nove círculos do Inferno, é a própria Beatriz que desce do Paraíso e vive nove dias entre a Terra e o Inferno à procura de Dante. Eles se encontram, se apaixonam e se casam, mas estão fadados a se esquecerem de tudo. A experiência que Beatriz e Dante compartilham é esquecida por suas consciências, mas não por seus corpos. Isso os leva a habitar um jogo constante e eterno entre memória e esquecimento, sonho e realidade | Direção: Dan Nakagawa
A peça apresenta as memórias de Metá, em três fases de sua vida: a adolescência, a idade adulta e a velhice. Ainda menino, o personagem sente uma necessidade incontrolável de abandonar códigos e normas sociais, como as convenções de gênero, a empatia, a afetividade e, até mesmo, a linguagem. Na busca por algo que confirme sua existência e permita-lhe narrar a própria dor, ele traça um caminho marcado pela fome, pelo desejo sexual e por uma tendência homicida | Direção: Dan Nakagawa
Criado a partir da obra de Graciliano Ramos, Angústia, trata da trajetória de Luís da Silva, um homem que se desfaz, junto com a paisagem e a linguagem do próprio livro – uma espécie de “homem-rato” de um subsolo brasileiro e alagoano –, impulsionado e ao mesmo tempo oprimido pela infância, pela pobreza e pelo fracasso. Os atores, enquanto entram e saem da obra do escritor Graciliano Ramos, explicitam, como num jogo, os limites da linguagem do teatro e suas ambiguidades no embate entre ator e personagem, entre intérprete e criador | Direção: Lucienne Guedes Fahrer